Perrin reajustou o casaco enquanto caminhava de volta à Estrela em meio às sombras da noite. Um cansaço bom se entranhava em seus braços e ombros. Além das tarefas mais triviais, Mestre Ajala o fizera trabalhar em uma grande peça ornamental, toda elaborada com curvas e arabescos, para o portão de algum lorde do campo. Ele gostara de fazer algo tão bonito.
— Achei que os olhos dele fossem saltar da cara, ferreiro, quando você disse que não faria o trabalho se fosse para um Grão-lorde.
Ele olhou de soslaio para Zarine, que caminhava a seu lado, o rosto parcialmente oculto pelas sombras. Mesmo aos olhos dele as sombras estavam ali, apenas mais fracas do que pareceriam a qualquer outro. Elas ressaltavam as maçãs do rosto altas da moça, suavizavam o nariz expressivo. Ele não conseguia se decidir a respeito dela. Ainda que Moiraine e Lan insistissem para que os dois não se afastassem da estalagem, Perrin gostaria que ela encontrasse outra coisa para fazer que não ficar olhando-o trabalhar. Por alguma razão, sentia-se cada vez mais incomodado todas as vezes que pensava naqueles olhos oblíquos a encará-lo. Mais de uma vez, perdera o jeito com o martelo, fazendo Mestre Ajala franzir a testa para ele, espantado. As garotas sempre tiveram o poder de desconcertá-lo, sobretudo quando sorriam para ele, mas Zarine nem mesmo precisava sorrir. Apenas olhar. Ele se perguntou mais uma vez se ela seria a bela mulher a respeito de quem Min o alertara. Melhor que ela seja o falcão. Aquele pensamento o surpreendeu de tal forma que chegou a tropeçar.
— Não queria fazer nada que fosse parar nas mãos de um dos Abandonados. — Seus olhou reluziam, dourados, a encará-la. — Se fosse para um Grão-lorde, como é que eu poderia saber para qual deles era? — A jovem estremeceu. — Não quis assustar você, Fai… Zarine.
Ela abriu um sorriso grande, sem dúvida pensando que ele não era capaz de vê-la.
— Você ainda vai cair, fazendeiro. Já pensou em deixar crescer a barba?
Já é ruim o bastante ela estar sempre zombando de mim, mas metade das vezes eu sequer a compreendo!
Quando os dois chegaram à porta da frente da estalagem, Moiraine e Lan os encontraram, chegando pelo outro lado. A Aes Sedai usava aquele manto de linho com o capuz largo que escondia o rosto. A luz saía das janelas do salão, formando poças amarelas na calçada de pedras. Duas ou três carruagens passaram fazendo barulho, e havia pelo menos uma dezena de pessoas à vista, correndo de volta para casa para o jantar, mas a maior parte da rua era ocupada pelas sombras. A loja do tecelão estava fechada. O silêncio era ensurdecedor.
— Rand está em Tear. — A voz fria da Aes Sedai emergiu das profundezas do capuz, como se viesse de uma caverna.
— Tem certeza? — perguntou Perrin. — Não ouvi falar de nada estranho acontecendo. Nenhum casamento, nenhum poço secando. — Ele notou que Zarine franziu a testa, confusa. Moiraine não fora muito aberta com ela, e nem ele. Manter a boca de Loial fechada fora mais difícil.
— Não escuta os boatos, ferreiro? — perguntou o Guardião. — Houve tantos casamentos nos últimos quatro dias quanto nos últimos seis meses. E tantos assassinatos quanto no último ano inteiro. Uma criança caiu da varanda de uma torre, hoje. Cem passos até a calçada de pedras. Ela se levantou e correu até a mãe sem nem um arranhão. A Primeira de Mayene, “convidada” da Pedra desde o inverno, anunciou que vai se submeter à vontade dos Grão-lordes, depois de ter dito, ainda ontem, que Mayene e todos os seus navios arderiam em chamas antes que um senhor de terras taireno pusesse os pés na cidade. Os homens não tiveram coragem de torturá-la, e aquela jovem tem uma determinação de ferro, então me diga se acha que isso não deve ser obra de Rand. Ferreiro, Tear está fervilhando como um caldeirão, de cima a baixo.
— Para mim, esses acontecimentos não eram necessários como comprovação — explicou Moiraine. — Perrin, você sonhou com Rand ontem à noite?
— Sonhei — admitiu o rapaz. — Ele estava no Coração da Pedra, segurando aquela espada — sentiu Zarine se remexer atrás dele. —, mas andei tão preocupado com isso que nem me surpreendi com o sonho. Ontem à noite só tive pesadelos.
— Um homem alto? — perguntou Zarine. — Com cabelos vermelhos e olhos cinzentos? Segurando alguma coisa que brilhava tão forte que doía nos olhos? Num lugar todo feito de enormes colunas de pedra vermelha? Ferreiro, diga que você não sonhou com isso.
— Sabem — comentou Moiraine —, ouvi falar desse sonho umas cem vezes, só hoje. Todos falam de pesadelos… Be’lal não parece se preocupar muito em blindar os próprios sonhos. Mas falaram desse ainda mais do que de todos os outros. — Ela de repente deu uma risada, que pareceu o bater de um sino grave e frio. — O povo diz que ele é o Dragão Renascido. Dizem que ele está vindo. Sussurram pelos cantos, temerosos, mas dizem.
— E quanto a Be’lal? — perguntou Perrin.
A resposta de Moiraine o pegou de surpresa, cortante como uma lâmina.
— Vou cuidar dele hoje à noite. — Ela não exalava cheiro de medo.
— Vamos cuidar dele hoje à noite — consertou Lan.
— Sim, meu Gaidin. Vamos cuidar dele.
— E o que é que vamos fazer? Vamos ficar sentados aqui, esperando? Já esperei nas montanhas o suficiente para uma vida inteira, Moiraine.
— Você, Loial… e Zarine vão para Tar Valon — respondeu a Aes Sedai. — Até isso terminar. Lá será o lugar mais seguro para vocês.
— Onde está o Ogier? — perguntou Lan. — Quero vocês três no caminho para o norte o quanto antes.
— Lá em cima, imagino — respondeu Perrin. — No quarto dele, ou talvez no salão de jantar. As luzes de lá estão acesas. Ele vive trabalhando naquelas anotações. Acho que vai ter muito a contar no livro sobre as nossas fugas. — Ele se surpreendeu com o amargor da própria voz. Luz, seu idiota, está querendo enfrentar outro Abandonado? Não. Não, mas estou cansado de fugir. Eu me lembro de quando não fugi. Lembro de partir para a luta, e foi melhor. Mesmo achando que eu ia morrer, foi melhor.
— Eu vou chamá-lo — anunciou Zarine. — Não tenho vergonha de admitir que fico feliz em fugir dessa luta. Os homens lutam quando deveriam fugir, e os tolos também lutam quando deveriam fugir. Mas eu não precisava ter dito isso duas vezes. — Ela saiu na frente do grupo a passos firmes, as saias justas e divididas balançando ruidosamente por conta do atrito do tecido.
Perrin examinou o salão enquanto o grupo seguia Zarine até a escadaria dos fundos. Havia menos homens às mesas do que ele esperava. Uns estavam sozinhos, os olhos fitando o vazio, mas alguns grupos de dois ou três conversavam em sussurros assustados, tão baixos que seus ouvidos mal podiam captar. Mesmo assim, ele ouviu três vezes a palavra “Dragão”.
Ao alcançar o topo da escada, ouviu outro som baixo, um baque de algo caindo no salão de jantar privado. Ele examinou o corredor naquela direção.
— Zarine? — Não houve resposta. Sentiu um arrepio nos pelos da nuca e avançou para onde ouvira o som. — Zarine? — Ele empurrou a porta. — Faile!
Ela jazia caída no chão, perto da mesa. Quando Perrin fez menção de correr para dentro do salão, o comando de Moiraine o fez parar.
— Pare, seu idiota! Pare, pela sua vida! — Ela avançou lentamente pelo corredor, virando a cabeça como se tentasse ouvir ou procurasse algo. Lan seguia atrás dela com a mão na espada e um olhar que revelava que ele sabia que o aço de nada adiantaria. Ela andou até o lado da porta e parou. — Afaste-se, Perrin. Afaste-se!
Ele olhava para Zarine, aflito. Para Faile. Ela jazia ali, inerte. Por fim se forçou a recuar, deixando a porta aberta e se posicionando de modo a ainda poder vê-la. Ela parecia morta. Perrin não conseguia ver o peito dela se mexer. Queria uivar. Franzindo a testa, ele remexia a mão, a mesma que usara para empurrar a porta, abrindo e fechando os dedos. Sentia um formigamento penetrante, como se tivesse batido o cotovelo.
— Você não vai fazer nada, Moiraine? Se não for, vou até ela.
— Fique quieto, ou não irá a lugar algum — respondeu ela, muito calma. — O que é aquilo perto da mão direita dela? Parece que ela soltou quando caiu. Não consigo identificar.
Perrin cravou os olhos nela, depois espiou dentro do quarto.
— Um ouriço. Parece um ouriço entalhado em madeira. Moiraine, diga o que está acontecendo! O que foi que houve? Me diga!
— Um ouriço — murmurou a mulher. — Um ouriço. Fique quieto, Perrin. Preciso pensar. Senti o disparo. Consigo sentir os resíduos dos fluxos entrelaçados. Espírito. Puro Espírito, nada mais. Quase nada requer fluxos puros de Espírito! Por que aquele ouriço me faz pensar em Espírito?
— Você sentiu o disparo de quê, Moiraine? O que é que havia aqui? Uma armadilha?
— Sim, uma armadilha — respondeu a mulher, a irritação abrindo leves rachaduras naquela calma fria habitual. — Uma armadilha para mim. Eu teria sido a primeira a entrar neste salão, se Zarine não tivesse saído correndo na frente. Lan e eu com certeza teríamos entrado aí para traçar nossos planos e esperar o jantar. Fique quieto, se quiser que eu consiga ajudar essa garota. Lan! Traga o estalajadeiro aqui!
O Guardião disparou escada abaixo.
Moiraine andava de um lado para o outro no corredor, às vezes parando para espiar pela porta, das profundezas do capuz. Perrin não conseguia ver qualquer sinal de que Zarine estava viva. O peito dela não se movia. Ele tentou ouvir as batidas do coração da mulher, mas até para seus ouvidos aquilo era impossível.
Quando Lan retornou, segurando à sua frente um Jurah Haret muito assustado, a mão forte apertando a nuca gorda, a Aes Sedai virou-se para o homem calvo.
— O senhor prometeu reservar este salão para mim, Mestre Haret. — A voz dela era severa e precisa como uma faca afiada. — Prometeu não deixar sequer a criada entrar para limpar se eu não estivesse presente. Quem foi que o senhor deixou entrar, Mestre Haret? Diga!
Haret tremia como um pudim.
— S-só as d-duas ladies, senhora. E-elas q-queriam deixar uma surpresa para a senhora. Eu juro, senhora. E-elas me m-mostraram. Um pequeno o-ouriço. E-elas disseram que a s-senhora ficaria s-surpresa.
— Eu fiquei surpresa, estalajadeiro — respondeu Moiraine, em voz baixa. — Saia daqui! E se disser uma só palavra sobre isso, mesmo durante o sono, derrubo essa estalagem e deixo só um buraco no chão.
— S-sim, senhora — sussurrou o homem. — Eu juro! Eu juro!
— Vá!
Desesperado para chegar às escadas, o estalajadeiro acabou caindo de joelhos. Desceu fazendo uma barulhada, o que indicava que devia ter caído mais de uma vez pelo caminho.
— Ele sabe que estou aqui — disse Moiraine ao Guardião — e encontrou alguém da Ajah Negra para montar a armadilha. Mas talvez pense que caí nela. Foi um pequeno lampejo de Poder, mas talvez ele seja forte o bastante para ter sentido.
— Então não vai suspeitar da nossa aproximação — comentou Lan, baixinho. O homem quase sorriu.
Perrin encarava os dois, rosnando.
— E ela? — inquiriu. — O que fizeram com ela, Moiraine? Ela está viva? Não consigo saber se ela está respirando!
— Ela está viva — respondeu Moiraine, devagar. — Eu não posso e nem me atrevo a chegar perto o bastante para afirmar muito mais que isso, mas ela está viva. Está… dormindo, de certa forma. Como um urso dorme durante o inverno. Seu coração está batendo tão devagar que seria possível contar os minutos entre as batidas. A respiração também. Ela está dormindo. — Mesmo por detrás daquele capuz, Perrin sentia os olhos da mulher sobre ele. — Acho que ela não está lá, Perrin. Não está mais no próprio corpo.
— Como assim, ela não está no próprio corpo? Luz! Não está dizendo que eles… levaram a alma dela? Que nem os Homens Cinza! — Moiraine sacudiu a cabeça, e ele suspirou aliviado. Sentia o peito doer como se não tivesse respirado desde a última frase da Aes Sedai. — Então onde ela está, Moiraine?
— Eu não sei — respondeu a mulher. — Tenho uma suspeita, mas não sei.
— Uma suspeita, um palpite, qualquer coisa! Que me queime, onde? — Lan se remexeu com a rispidez de sua voz, mas Perrin sabia que tentaria quebrar o Guardião como ferro sobre um cinzel se o homem tentasse impedi-lo. — Onde?
— Eu sei muito pouco, Perrin. — A voz de Moiraine era como uma música fria e impiedosa. — Lembrei o pouco que sei sobre o que conecta um ouriço entalhado com Espírito. O entalhe é um ter’angreal cuja última análise foi feita por Corianin Nedeal, a última Sonhadora da Torre. Sonhar é um Talento do Espírito, Perrin. Não é um assunto que eu tenha estudado, meus Talentos seguem outros caminhos. Acredito que Zarine está presa dentro de um sonho, talvez até no Mundo dos Sonhos, Tel’aran’rhiod. Tudo o que ela é está dentro desse sonho. Tudo. Uma Sonhadora manda apenas uma parte de si. Se Zarine não retornar logo, seu corpo vai morrer. Talvez ela continue viva no sonho. Eu não sei.
— Tem muita coisa que você não sabe — murmurou Perrin. Ele olhou para dentro do salão e quis chorar. Zarine parecia tão pequena ali, deitada. Tão indefesa. Faile. Juro que só vou chamar você de Faile, para o resto da vida. — Por que você não faz nada?
— A armadilha foi disparada, Perrin, mas é uma armadilha que ainda pode pegar qualquer um que entre no salão. Eu seria pega antes mesmo de alcançá-la. E tenho trabalho a fazer hoje à noite.
— Que a queime, Aes Sedai! Que o seu trabalho queime! E esse Mundo dos Sonhos? É como os sonhos de lobos? Você disse que essas Sonhadoras às vezes viam lobos.
— Eu contei o que podia — respondeu ela, ríspida. — Está na hora de você partir. Lan e eu precisamos ir para a Pedra. Não podemos mais esperar.
— Não — interrompeu Perrin, baixinho. No entanto, ergueu a voz quando Moiraine abriu a boca. — Não! Eu não vou deixá-la!
A Aes Sedai respirou fundo.
— Muito bem, Perrin. — Sua voz era gelo: calma, suave, fria. — Fique, se desejar. Talvez sobreviva a esta noite. Lan!
Ela e o Guardião avançaram pelo corredor até os quartos. Retornaram dentro de instantes, Lan com o manto que mudava de cor, e desapareceram pelas escadas sem dizer uma palavra.
Ele olhou para Faile pela porta aberta. Preciso fazer alguma coisa. Se isso for como os sonhos de lobo…
— Perrin — o ressoar profundo de Loial fez-se ouvir —, o que foi que aconteceu com Faile? — O Ogier seguia apressado pelo corredor, em uma camisa de manga, com tinta nos dedos e uma caneta na mão. — Lan falou que eu precisava ir embora, depois contou alguma coisa sobre Faile ter caído em uma armadilha. O que ele quis dizer?
Absorto, Perrin contou o que Moiraine dissera. Pode ser que funcione. Pode ser. Tem que funcionar! Ele ficou surpreso quando Loial grunhiu.
— Não, Perrin, isso não é certo! Faile era tão livre. Não é certo aprisioná-la!
Perrin observou o rosto de Loial e de repente lembrou-se das antigas histórias que descreviam os Ogier como inimigos implacáveis. As orelhas dele estavam esticadas para trás, coladas à lateral da cabeça, e o rosto grande estava duro como uma bigorna.
— Loial, vou tentar ajudar Faile. Mas ficarei completamente indefeso no processo. Pode me proteger?
Loial ergueu as mãos enormes, acostumadas a segurar os livros com tanto cuidado, e curvou os dedos grossos, como se estivesse esmagando uma pedra.
— Ninguém vai passar por mim enquanto eu viver, Perrin. Nem um Myrddraal, nem mesmo o próprio Tenebroso. — Ele disse aquilo com o tom de quem apenas constata um fato.
Perrin assentiu e olhou outra vez pela porta. Tem que funcionar. Não me interessa se Min me avisou para tomar cuidado com ela ou não! Com um rosnado, ele pulou na direção de Faile, esticando a mão. Pensou ter tocado o tornozelo dela antes de apagar.
Perrin não sabia se o sonho da armadilha era ou não em Tel’aran’rhiod, mas conhecia o lugar dos sonhos de lobo. Estava rodeado por colinas cobertas de grama, com alguns arbustos espalhados. Viu cervos pastando ao redor dos arvoredos, e uma manada de algum tipo de animal veloz saltando pela grama. Pareciam cervos de listras marrons, mas com chifres compridos e retos. Os aromas que o vento trazia informavam que eles eram bons para comer, e ainda outros aromas indicavam outras boas caças ao redor. Era um sonho de lobo.
Ele percebeu que usava o colete de couro comprido de ferreiro e tinha os braços desnudos. Sentia um peso ao lado do corpo. Tocou o cinturão onde levava o machado, mas não era o machado que pendia do ilhó. Passou os dedos e sentiu a cabeça do pesado martelo de ferreiro. Parecia certo.
Saltador pousou diante dele.
Você veio de novo, como um tolo. A imagem que o lobo enviara era de um filhote enfiando o nariz em um tronco de árvore oco para lamber mel, apesar das abelhas que picavam seus olhos e focinho. O perigo é maior do que nunca, Jovem Touro. Coisas malignas caminham no sonho. Os irmãos e irmãs evitam as montanhas de pedras erguidas pelas de duas pernas, e quase temem sonhar uns com os outros. Você precisa ir!
— Não — retrucou Perrin. — Faile está aqui, aprisionada em algum lugar. Preciso encontrá-la, Saltador. Eu preciso! — Ele sentiu algo mudando dentro de si, algo se transformando. Olhou para as próprias pernas, cobertas de pelos enrolados, as patas largas. Era um lobo ainda maior que Saltador.
Você veio com força demais! Cada mensagem trazia choque. Você vai morrer, Jovem Touro!
Se eu não libertar o falcão, irmão, não me importo.
Então vamos à caça, irmão.
Com os narizes ao vento, os dois lobos dispararam pela planície à procura do falcão.