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Eponine estava olhando pela janela do segundo andar para a suave elevação da encosta. Os ETG cobriam a colina, com sua delicada trama metálica quase ocultando o solo marrom por baixo.

“Então, Ep, o que acha?”, perguntou Kimberly. “Até que é bem jeitoso. E uma vez plantada a floresta, vamos ter árvores e relva e até mesmo um ou dois esquilos à vista de nossa janela. O que é um bônus.”

“Não sei”, respondeu Eponine, distraída, após alguns segundos. “É um pouco menos do que o que gostei ontem, em Positano. E tenho certas dúvidas quanto a morar aqui em Hakone. Não tenho conhecido muitos orientais…

“Olhe aqui, amiga, não podemos esperar para sempre. Eu lhe disse ontem que devíamos ter feito algumas escolhas alternativas. Havia outras sete duplas querendo o apartamento de Positano — o que não surpreende, dado que só restavam quatro unidades na aldeia inteira — e nós simplesmente não tivemos sorte. Tudo o que resta agora, a não ser aqueles apartamentos mínimos nos altos de lojas na rua principal de Beauvois — e não quero morar lá porque não há a mínima privacidade — fica ou aqui ou em San Miguel. E todos os pretos e pardos estão morando em San Miguel.”

Eponine sentou-se em uma das cadeiras. Estavam na sala de um apartamento com dois quartos de dormir. Era modestamente mobiliado, mas o que havia era adequado, pois havia duas cadeiras e um grande sofá do mesmo tom de marrom que a mesinha de café. Ao todo, o apartamento, que tinha um único banheiro e uma cozinha além da sala e dois quartos, media pouco mais de cem metros quadrados.

Kimberly Henderson caminhava impaciente pela sala. “Kim”, disse Eponine lentamente, “sinto muito, mas estou tendo dificuldade em me concentrar na escolha de um apartamento quando tanta coisa está nos acontecendo. Que lugar é este? Onde estamos? Por que estamos aqui?” Sua mente voltou-se imediatamente para a incrível sessão de informações de três dias antes, quando o comandante MacMillan informara a todos que estavam dentro de uma espaçonave construída e equipada por extraterrestres “com o objetivo de observar os terráqueos”.

Kimberly Henderson acendeu um cigarro e soltou com força a fumaça, depois deu de ombros. “Merda, Eponine, eu não sei quais são as respostas para essas perguntas… Mas sei que se não escolhermos um apartamento vamos acabar ficando com o que ninguém mais quis.”

Eponine olhou para a amiga por vários segundos, depois suspirou. “Não acho que o processo tenha sido muito justo”, queixou-se. “Os passageiros da Pinta e da Nina puderam todos escolher suas casas antes de nós sequer chegarmos aqui. Somos forçadas a escolher só entre o que restou.”

“E o que é que você esperava?”, respondeu logo Kimberly. “Nossa nave transportava os condenados — é claro que recebemos a escória. Mas ao menos estamos finalmente livres.”

“Então, você quer ficar com este apartamento?”, disse Eponine, afinal. “Quero”, respondeu Kimberly.”E também botar nossos nomes na lista para os dois outros apartamentos que vimos hoje de manhã, perto do mercado de Hakone, no caso de perdemos este. Se não tivermos um lugar para morar definido depois da distribuição de hoje à noite, vamos ficar mal.”

Isto foi um erro, ficou pensando Eponine, enquanto olhava Kimberly andando pela sala. Eu jamais deveria ter concordado em rachar qualquer moradia com ela… Mas que escolha tive eu? O que resta como casa para uma pessoa só é deprimente.

Eponine não estava habituada a mudanças rápidas em sua vida. Ao contrário de Kimberly Henderson, que tivera uma vasta gama de experiências antes de ser condenada por assassinato aos dezenove anos, Eponine tivera infância e adolescência relativamente abrigadas. Crescera em um orfanato perto de Limoges, na França, e até o Professor Moreau levá-la a Paris para ver os grandes museus, quando já tinha dezessete anos, Eponine jamais estivera fora de sua província natal. Fora uma decisão muito difícil para ela alistar-se no projeto da Colônia Lowell; mas Eponine estava cumprindo uma pena de prisão perpétua em Bourges, e em Marte tinha a oportunidade de ficar livre. Após longa deliberação, tomou coragem e mandou seu formulário de candidatura para a AEI.

Eponine fora selecionada como colonizadora porque tinha ficha acadêmica excepcional, particularmente na área das artes, era fluente em inglês e fora uma prisioneira exemplar. Seu dossiê nos arquivos AEI revelava como melhor probabilidade sua indicação como “professora de arte ou drama em escolas secundárias”. A despeito das dificuldades ligadas à fase de viagem da missão depois da partida da Terra, Eponine sentira um palpável fluxo de adrenalina e excitação quando Marte apareceu pela primeira vez na janela de observação da Santa Maria. Seria uma nova vida em um mundo novo.

Dois dias antes do encontro programado, no entanto, os guardas da AEI anunciaram que a espaçonave não iria lançar suas naves de desembarque como planejado. Ao contrário, haviam dito aos passageiros condenados, a Santa Maria seguiria “um desvio temporário para encontrar-se com uma estação espacial na órbita de Marte”. Eponina ficara confusa e preocupada com o anunciado. Ao contrário da maioria de seus companheiros de viagem, ela lera com muita atenção o material da AEI para os membros da nova colônia e jamais vira qualquer mensão sobre alguma estação espacial que orbitasse Marte.

Só depois que a Santa Maria já fora inteiramente descarregada e tanto os passageiros quanto os suprimentos já estavam dentro do Novo Éden, e que alguém realmente dissera a Eponine e aos outros condenados o que estava acontecendo. E mesmo depois da fala de MacMillan muito poucos dos condenados acreditaram que lhes estivesse sendo dita a verdade. “Ora vamos”, dissera Willis Meeker, “será que ele realmente pensa que somos estúpidos a esse ponto? Um bando de ETs é que construíram isto aqui e esses robôs malucos? Isto aqui é tudo uma armação. Só estamos testando o funcionamento de algum conceito novo de prisão.”

“Mas, Willis”, retrucara Malcolm Peabody, “e os outros, os que vieram na Pinta e na Nina? Andei conversando com eles, que são gente normal, quero dizer, não são condenados. Se a sua teoria estivesse certa, o que é que eles estariam fazendo aqui?” “E como é que eu vou saber, sua bicha? Eu não sou gênio. Só sei que esse palhaço do MacMillan não está contando a verdade.”

Eponine não permitiu que suas incertezas quanto às informações de MacMillan a impedissem de ir com Kimberly até a Cidade Central para apresentar pedidos para os três apartamentos em Hakone. Desta vez tiveram sorte e foram designadas para sua primeira escolha. As duas mulheres passaram um dia mudando-se para o apartamento nos limites da Floresta de Sherwood, e depois apresentaram-se à central de empregos no complexo administrativo, a fim de serem cadastradas.

Porque as outras duas espaçonaves haviam chegado bem antes da Santa Maria, os procedimentos para a integração dos condenados na vida do Novo Éden haviam sido cuidadosamente definidos. Não levou quase tempo algum para designar Kimberly, que tinha realmente uma excepcional ficha de enfermeira, para o hospital central.

Eponine teve entrevistas com o superintendente da escola e quatro outros professores antes de aceitar sua designação para a Escola Secundária Central.

Seu novo emprego exigia uma breve viagem diária de trem, enquanto que poderia ir a pé para o trabalho se tivesse decidido ensinar na Escola Média de Hakone.

Mas Eponine achou que compensava, pois gostou muito tanto do diretor quanto de vários professores que estavam ensinando na escola secundária.


A princípio, os outros sete médicos que trabalham no hospital ficaram meio desconfiados com os dois condenados médicos, particularmente com o dr.

Robert Turner, cujo dossiê mencionava de forma crítica seus brutais assassinatos sem detalhar qualquer das circunstâncias atenuantes. Mas ao fim de um semana mais ou menos, durante a qual seus extraordinários conhecimentos, habilidade e profissionalismo tornaram-se evidentes, a equipe escolheu-o por unanimidade para ser diretor do hospital. O dr. Turner ficou realmente atônito com a escolha e comprometeu-se, em um breve discurso de aceitação, a dedicar-se completamente ao bem-estar da colônia.

Seu primeiro ato oficial foi propor ao governo provisório um exame médico completo de todos os cidadãos do Novo Éden, a fim de que todas as fichas médicas pudessem ser postas em dia. Ao ser aceita a proposta, o dr. Turner distribuiu todos os Tiassos pela colônia afora como paramédicos. Os biomas realizavam todos os exames rotineiros e coletavam os dados a serem analisados pelos médicos. Ao mesmo tempo, lembrando-se da excelente rede de dados que existia entre todos os hospitais na área metropolitana de Dallas, o incansável Dr.

Turner começou a trabalhar com todos os Einsteins para desenhar um sistema inteiramente computadorizado para rastreamento da saúde dos coloniais.

Certa noite, durante a terceira semana depois da chegada da Santa Maria em Rama, Eponine estava sozinha em casa, como sempre (o esquema diário de Kimberly Henderson já estava estabelecido — quase nunca estava no apartamento. Se não estava trabalhando no hospital, saía com Toshio Nakamura e seus comparsas), quando soou o videofone. Foi o rosto de Malcolm Peabody que apareceu na tela. “Eponine”, disse ele um tanto timidamente, “tenho um favor para pedir a você.”

“O que é, Malcolm?” “Recebi um chamado de um dr. Turner no hospital faz uns cinco minutos.

Ele disse que há algumas ‘irregularidades’ nos meus dados de saúde coletados por aqueles robôs na semana passada. Ele quer que eu vá lá para exames mais detalhados.”

Eponine esperou impaciente mais alguns segundos. “Estou compreendendo”, disse afinal. “Qual é o favor?”

Malcolm respirou fundo. “Deve ser sério, Eponine. Ele quer que eu vá agora… Será que você podia ir comigo?”

“Agora?” disse Eponine, olhando o relógio. “São quase onze da noite.”

Repentinamente lembrou-se de Kimberly a se queixar de que o dr. Turner era viciado em trabalho, “tão maníaco quanto aquelas enfermeiras robô pretas”.

Eponine lembrou-se também do espantoso azul de seus olhos.

“Está bem. Encontro com você na estação do trem daqui a dez minutos.”

Eponine não vinha saindo muito à noite. Desde que ficara com o emprego de professora, tinha passado a maior parte de suas noites fazendo planos de aula. Em um sábado à noite, ela saíra com Kimberly, Toshio Nakamura e várias outras pessoas para ir a um restaurante japonês que acabara de ser inaugurado.

Mas a comida era estranha, o grupo quase todo oriental, e vários dos homens, depois de beber demais, tinham começado umas cantadinhas patéticas. Kimberly a repreendera por ser “exigente e metida”, mas Eponine recusara todos os convites subseqüentes da colega de casa para atividades sociais.

Eponine chegou à estação antes de Malcolm. Enquanto esperava, espantou-se ao ver o quão completamente a aldeia fora transformada pela presença dos humanos. Vejamos, pensou ela, a Pinta chegou aqui há três meses, a Nina cinco semanas depois. Já havia lojas por toda a parte, tanto perto da estação quanto na própria aldeia. As armas e bagagens da existência humana. Se ficarmos aqui um ano ou dois, não será mais possível distinguir a colônia da Terra.

Malcolm mostrou-se muito nervoso e falante durante a breve viagem de trem. “Eu sei que é meu coração, Eponine. Venho tendo dores, fortes, aqui, desde a morte de Walter. A princípio, pensei que fosse só cuca.”

“Não se preocupe”, respondeu Eponine, reconfortando o amigo. “Aposto que não é nada sério.”


Eponine estava tendo dificuldade em manter os olhos abertos. Já passava das três da manhã. Malcolm dormia no banco ao lado dela. O que estava fazendo o médico? Ele disse que não ia demorar.

Pouco depois de sua chegada, o dr. Turner examinara Malcolm com um estetoscópio computadorizado e então, dizendo que “precisaria de testes mais completos”, o levara para uma ala separada do hospital. Malcolm voltara à sala de espera uma hora mais tarde. Eponine só vira o médico por um momento, quando fez Malcolm entrar em seu consultório para começar o exame.

“Você é amiga de Peabody?”, disse uma voz. Eponine devia ter cochilado.

Quando sua visão entrou em foco, os belos olhos azuis estavam a olhá-la a uma distância de não mais de um metro. O médico parecia cansado e perturbado. “Sou”, disse Eponine baixinho, tentando não perturbar o homem que dormia encostado em seu ombro.

“Ele vai morrer daqui a muito pouco tempo”, disse o dr. Turner; “possivelmente dentro das próximas duas semanas.”

Eponine sentiu uma onda de sangue subir em seu corpo. Será que estou ouvindo bem? pensou. Será que Malcolm vai morrer dentro de duas semanas?

Eponine ficou estarrecida.

“Ele vai precisar de muito apoio”, estava dizendo o médico. Calou-se por um momento, encarando Eponine. Tentava se lembrar onde a tinha visto antes.

“Você poderá ajudá-lo?”, perguntou dr. Turner.

“Eu… assim espero”, respondeu Eponine.

Malcolm começou a se agitar. “Nós precisamos acordá-lo agora”, disse o médico.

Não havia qualquer emoção que se pudesse detectar nos olhos do dr.

Turner. Ele passara seu diagnóstico, não sua afirmação, sem qualquer traço de sentimento. Kim tem razão, pensou Eponine. Ele é tão autômato quanto os robôs Tiasso.

Por sugestão do médico, Eponine acompanhou Malcolm ao longo de um corredor até uma sala cheia de instrumentos médicos. “Alguém inteligente”, disse o dr. Turner a Malcolm, “escolheu o equipamento que trouxeram da Terra.

Embora nossa equipe seja limitada, nosso equipamento para diagnóstico é de primeira”.

Os três caminharam até o um cubo transparente de mais ou menos um metro de lado. “Este engenho espantoso”, disse o dr. Turner, “chama-se projetor de órgãos. É capaz de apresentar uma reconstrução, de alta fidelidade, de quase todos os principais órgãos do corpo humano. O que estamos vendo agora, olhando lá para dentro, Mr. Peabody, é uma representação gráfica, de computador, do seu coração, exatamente tal como aparecia há noventa minutos, quando injetei o material de contraste em suas veias”.

O dr. Turner apontou para a sala ao lado, onde aparentemente Malcolm fora submetido a seus exames. “Enquanto ficou sentado àquela mesa, foi feito um milhão de varreduras por segundo por aquela máquina com a lente grande. Pela localização do material de contraste e aqueles bilhões de varreduras instantâneas, uma imagem muito precisa, tridimensional de seu coração foi construída. É isso que o senhor está vendo dentro do cubo.”

O dr. Turner parou por um instante, depois olhou fixamente para Malcolm. “Não estou querendo tornar as coisas mais difíceis para o senhor”, disse ele baixo, “mas queria explicar por que pude saber o que há de errado com o senhor. Para que saiba que não houve erro.”

Os olhos de Malcolm estavam insanos de pavor. O médico tomou-o pela mão e conduziu-o até uma posição específica ao lado do cubo. “Olhe bem ali, na parte de trás do coração, perto do alto. Está vendo aquele esgarçamento estranho e estiramento nos tecidos? Aqueles são os músculos de seu coração, que passaram por deterioração irreparável.” Malcolm ficou olhando para o interior do cubo pelo que pareceu uma eternidade, depois baixou a cabeça. “Eu vou morrer, doutor?”, indagou ele humildemente.

Robert Turner tomou a outra mão do paciente. “Vai; vai, sim, Malcolm. Na Terra, talvez pudéssemos ter a esperança de um transplante de coração, aqui no entanto, isso fica fora de cogitação, já que não temos nem o equipamento e nem o doador… Se quiser, posso abri-lo para ver seu coração de perto. Mas é pouquíssimo provável que visse qualquer coisa que alterasse o diagnóstico.”

Malcolm sacudiu a cabeça. Lágrimas começaram a rolar por sua face.

Eponine pôs os braços em torno do homenzinho e ela também começou a chorar.

“Lamento ter demorado tanto para completar o diagnóstico”, disse o dr. Turner, “mas em casos desta seriedade tenho de ter certeza absoluta”.

Alguns momentos mais tarde, Malcolm e Eponine dirigiram-se para a porta. Malcolm virou-se. “O que é que eu faço agora?”, perguntou ele ao médico.

“Tudo o que lhe der prazer”, respondeu o dr. Turner.


Depois que saíram, o dr. Turner voltou a seu escritório, onde cópias rigor, rosas dos gráficos e fichas de Malcolm Peabody estavam espalhados sobre sua mesa. O médico estava profundamente preocupado. Estava virtualmente certo — mas não podia saber definitivamente enquanto não completasse a autópsia — que o coração de Peabody estava sofrendo da mesma doença que matara Walter Brackeen na Santa Maria. Os dois foram amigos íntimos por vários anos, desde os tempos do início de suas penas na prisão na Geórgia. Não era provável que ambos houvessem contraído por coincidência a mesma doença cardíaca. Mas se não fosse coincidência, então a patogenia devia ser transmissível.

Robert Turner sacudiu a cabeça. Qualquer doença que afetasse o coração era alarmante. Mas uma que pudesse ser passada de um indivíduo a outro? Seria um espectro aterrorizante.

Estava muito cansado. Antes de deitar a cabeça na mesa, o dr. Turner fez uma lista das referências a vírus cardíacos que gostaria de obter do banco de dados. E então adormeceu logo.

Quinze minutos mais tarde, o videofone o despertou repentinamente. Uma Tiasso estava no outro terminal, chamando da Sala de Emergências. “Duas Garcias encontraram um corpo humano lá na Floresta de Sherwood”, disse ela, “e estão agora a caminho daqui. Pelas imagens que transmitiram, dá para ver que este caso exigirá a sua interferência pessoal”.

O dr. Turner lavou exaustivamente as mãos, tornou a vestir seu avental e chegou à Sala de Emergências pouco antes das Garcias entrarem com o corpo.

Apesar de toda a sua experiência, o dr. Turner foi forçado a virar o rosto daquele corpo horrivelmente mutilado. A cabeça fora quase que completamente separada do corpo — estava pendendo por uma única camada muscular fina — e o rosto fora amassado e desfigurado para tornar difícil qualquer possibilidade de reconhecimento. Além disso, na área genital das calças havia apenas um grande buraco aberto e coberto de sangue.

O par de Tiassos começou a trabalhar imediatamente, limpando o sangue e preparando o corpo para a autópsia. O dr. Turner sentou-se em uma cadeira e preencheu o primeiro relatório de morte do Novo Éden. “Como era o nome dele?”, perguntou aos biomas.

Um dos Tiassos examinou rapidamente o que restava das roupas do morto e encontrou um cartão de identificação.

“Danni”, respondeu o bioma. “Marcello Danni.”

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